Abre Aspas


"
O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente." (Fernando Pessoa)

27 de julho de 2010

Mundo

Pode ser mais alto
Mais agitado
Do que deveria

Talvez esteja com calvície
Poderia falar menos
Não ser tão exigente
Passar mais tempo aqui
E chegar mais cedo em casa

Não deveria ter quebrado o vaso
Era especial

Gritou e ofendeu
Várias vezes
Falou sem pensar

Se assim não fosse
Nada seria o que é

26 de julho de 2010

Raiz

Parece que
Algo impede de mudar

Tem um limite
O costume
Conheceu a acomodação
Estagnou

Fez parar de pensar
As raízes
Quando não desgrudam do chão
Se aprofundam ainda mais
E mais...

Enrolar


Como que você tá? Eu tô bem. Ontem eu fui no médico e perguntei para ele da dor que eu sentia e depois eu fui ao centro para comprar roupas. Eu cansei de tanto andar. E você não sabe, mas a tia da minha mãe teve um infarto e teve que ficar na UTI por 5 dias. Essa semana meu marido me disse pra fazer uma carne assada. Eu fiz, misturei cenoura, tomate e ainda coloquei bacon. O meu filho saiu da faculdade e agora não sabe o que faz da vida. Ouviu também aquela música que tocou na festa? Ela é de um cantor que bateu na mulher dele. Deixa eu ir que minha roupa tá na máquina.

Arrepender


Até hoje não entendo
Como eu fui capaz de fazer
Nunca foi surpresa pra mim
Sempre soube que não teria nada
Era vazio, oco

Mesmo assim
Fui
Não durou os 15 minutos...

Não bastasse o fim
A volta foi pior
O espetáculo teve público

Desnecessário
Os caminhos já estavam
Indo para outras direções

24 de julho de 2010

Retribuir


Tudo o que queria
Encontrou

Fez o que bem entendia
Usou
Abusou
A inocência embaçou a paisagem

Quando esperava
Receber
Nem migalhas chegaram

22 de julho de 2010

Contrato


Mesmo que você
Se drogue, mate
More no inferno
E vire o capeta

Juro estar do seu lado
Te ajudando
E guiando seus passos

Em troca de me fazer rir
Sentir seguro nas noites escuras
E fazer companhia nos domingos a tarde

Daime

Como é?
Me disseram
Que tudo fica diferente
Depois que experimenta

Parece que ele
Faz mudar as cores
Sentir os pés fora do chão
E amolece até mesmo as pedras

Dizem que é impossível ser derrotado
Mas que às vezes encontra
Grandes obstáculos

O seu tamanho
Varia
De pessoa a pessoa
Alguns falam que é grande
Outros nem viram

Será que existe?

Existir


Olhe para o papel
Tão branco
Ainda novo

Parece que
Não está completo

Ele precisa de algo
Para dar sentido
Ser usado
Amassado
Rasgado
Pintado

Escreva
Diga o que não consegue falar
Ou cole ele
Em algum lugar em que possa ser visto

Faça!

Foi

Uni dune tê
Escolho o pique pega
Pela mata atrás da rua

Logo depois do campinho
Onde o dente rolava
E a terra entranhava

Ia para a casa
Até que a mangueira chegasse
Lavasse
E levasse para o tobogã

Onde o He-man desce
Para salvar o castelo de Greyscow
E derrotar o Esqueleto
Que já está cansado de balançar
Ao som de Alibabá
Passando por debaixo da cordinha

E descobrir que não haviam bananeiras
Mas a Aurora passava por ali...

Demora


Quanto tempo leva
Para ir...

Aqui não vai dar certo

Apodreceu

Aprender


Como pode
Parecia que não faltava nada
Já se foi tudo
Mas parece que não acaba

Vem um atrás do outro
Te cobram
Fazem você jogar fora o antigo
Escrever novas falas

Anda, joga essa receita fora!

A casca agora
Você usa triturada
Ela também tem nutrientes

18 de julho de 2010

Tédio

Nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada...

Limite


Parece que não tem mais nada
Tá enxergando alguma coisa?
Eu tô cansado

Tudo já foi feito
Acabou o possível
Melhor parar
Já tá tarde
.

17 de julho de 2010

Esse Blog me faz sorrir

Dessa vez não é apenas um selo, mas também um desafio. Tentar colocar em imagens algumas sensações e conceitos somente nossos. Eu que não fujo da raia, me arrisquei. E apesar de não achar figuras fiéis, mostrarei as mais próximas do real. Esse é o meu mundo:

Quem sou:

 
O que me faz sorrir:


O que me faz chorar:


Minha cor:


Hobby:


Sonho:


Melhor lembrança:


Música:


Esporte:


Um filme:


Um pecado:


Três lembranças da infância:

   







E ainda, o selo:


Os indicados são:

O que não se escreve: Por mostrar que do caos, nascem as estrelas! 
Pensamentos da Analu: Que sempre reparte o seu brigadeiro de colher.
ANDRE oliveira: Ele mostrou o seu Iroco sem medo e pudor.
Marcos Berto: Jogou merda no ventilador.
Peu de Mattos: Cuspindo para todos os lados sem medo.

Por hoje é só!

16 de julho de 2010

Ver


Por um momento
Não senti
Pensei que tivesse fugido
E desistido de conviver
Com a loucura involuntária

Talvez
Não ligasse mais
A vida o levou para outro caminho
Agora está longe
E tem outras preocupações

Mas não é bem assim
Às vezes
A vontade é contrária
Os planos não se realizam

Estava ali
E quando o vi
Era tarde demais

Mutilar

Você bem que avisou
Mas eu não acreditei

Falou
Tudo
Jogou a pedra
Embrulhada em um papel

Me deixou sem ar
Sem saber o que fazer
Eu não tinha para onde correr

Eu só fiquei ali
Não tive escolha

Depois do choque
O que me restou?

Uma pedra embrulhada

E no papel amassado
O desejo em palavras
Boa sorte!

13 de julho de 2010

Culpado


Não viu o que fez?
Eu te avisei
Era melhor não

Olha agora...
O leite transbordou

Não tem volta
É mancha que não sai

Eu disse não
Por que isso?

Mostra

Vamos
Não tem nada a dizer?
Pensei que fosse melhor que isso

Fala logo
Na cara
Tem medo de que?
Vai correr agora?

Cospe essa verdade
Tira essa mascara
Mostra esse monstro
Esse terceiro olho
Que você esconde
Todos os dias

Pra que você veio até aqui?
Me diz

11 de julho de 2010

Tempo


Sua voz era grossa
Desafinada às vezes
E passava insegurança

De um jovem
Que ainda não sabia para onde ir

As experiências vieram
E os amores mostraram o caminho
Junto com os amigos que lá estavam
Para apoiar

Agora o seu cabelo é liso
O seu jeito é solto
Descontraído

E a aparência
Você aprendeu a cuidar

O mundo é seu

Sede

Eu quero sangue
Derramado
Junto com o meu
Que sai da ferida latejante
Todos os dias

Continuar e esquecer não basta
Eu quero sangue
Que faça justiça

A luta não acabou
Perder não é opção

Eu quero sangue

Aproveitar


Ir ao máximo
Sem se preocupar
Com o entorno

Sentindo bem
Com a companhia
Sem ela
Estar ali
Somente ali

Viver o presente
Esquecer o passado
O futuro vem depois

Apenas divirta-se

Gota

Preciso de você
Por um instante
Para dizer o quanto sou importante
Mostrar o quão bom é respirar

Nem que sejam em doses homeopáticas
Sem pressão
Somente preciso
Reafirmar a nossa relação
Fortalecer os laços
Me fortalecer

Uma companhia às vezes
É mais valiosa
Do que uma multidão

Não me deixe esquecer
Como é bom te ter ao meu lado

9 de julho de 2010

Luxúria


Me leva pro céu
Encosta
Boca a boca
Respiração ofegante
Se excita com o pulsar do meu calção
Chega mais perto
Rebola sobre o meu corpo

Roça
Bate
Arranha
Geme no meu ouvido
Grita bem alto
Mais alto
Liberta esse prazer
Mostra o que você é capaz

O limite é a vontade de gozar
Surpreenda
Vagabunda
É assim que você gosta

Não pare
Ainda tem muito a ser feito
O tesão não acabou
Só aumenta a cada minuto

Me molha
Faz gostoso

8 de julho de 2010

Depois

Esquece
Não tem porque fazer agora

Você sabe que as coisas vem e vão
Essa vai ser só mais uma

Vem
Vamos assistir o que vai acontecer
Ficar olhando até sumir...

Desesperar é bobeira
O estresse causa rugas
E marcas irreversíveis
Somente vão cansar
E desperdiçar o tempo

Deixe...
A rotação acontece
Mesmo se for
Se for

Carência


Sentir desamparado
Olhar para os lados
E só ver o horizonte
Uma imensidão
Que não acaba

Falta
Desespero
Ciúme
Incompletude
Me olha
E insista
Para ver mais do que eu mostro
Eu quero

Guiar

Eu quero respirar
Um segundo de tranquilidade
No meio do caos
E do vendaval
Que mudou a vida
Fez crescer

Desce uma cachaça
Para ver se vai embora
A sensação
Agora é você
Não tem mais ninguém

Para onde ir?
O nariz ganhou novo dono
Uso capião

Aponte e siga
Daqui em diante
Esse é seu guia

5 de julho de 2010

Acreditar


Tentar esquecer
Tudo o que é plausível
Nada é impossível!

Talvez o túnel não tenha luz
Porque ainda não chegou ao fim

Carregue a sua vela
E acenda sempre que preciso

Ver também: Pós Encanto

Normalidade


Se insultar
Julgar as atitudes
Que não são suas
Sem saber explicar o porquê
Levar para o alto
Acontecimentos terrenos

Seguir no auto
E repetir tudo o que me ensinaram
Cobrar dos outros
Que não façam
O que já está cansado de fazer

Onde vivem os loucos?

4 de julho de 2010

Sorrir


Sentir uma alegria
Que faz o sentimento
Transcender o abstrato
E mostra aos outros
Satisfação
Bom estar bem

Criar

Já pensou em seguir a intuição?
Ir atrás do que se pensa
Sem lógica
Somente ir

Talvez não seja assim tão
Você
Talvez já tenha sido inventado

De que vale um pensamento guardado?

Escute


Preste atenção
No que está a dizer
Não vê que são
Palavras...

Podem machucar
Tome cuidado!
Não é assim
Ao bel prazer
Que tudo acontece

Vá com calma
Lembre-se
A sua vontade não rege o mundo
Espere
E faça o que deve fazer

Excitar

Sentir uma vontade incontrolável
De encostar
Sentir
Intimidade a flor da pele

Possua o que é do outro
Um momento de encontro
Prazer
Que liberta a imaginação
Elimina os pudores

E fortalece o animal
Faz
Faz do jeito certo

Assim


Eu gosto
Do jeito que é

Não sei se melhora ou estraga
Mudar é uma alternativa
Que só faz sentido
Quando não é bom

O inesperado
Foi o fator do silêncio
E trouxe a tona
A diferença de vontades

Não tenho nada a declarar
Que os ventos levem a semente
Para aonde ela deve ir

3 de julho de 2010

Renovar

Uma nova fonte
Onde possa me encharcar
De inspiração e vontade
Procuro
Preciso

Antes que se perca
E tudo o que fiz
Seja apenas um lapso
Um momento

Fase de ações frustradas
Impensadas

Quero mais do mesmo