Abre Aspas


"
O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente." (Fernando Pessoa)

27 de abril de 2011

Esquecer


No fim, eu só serei mais um
Alguém que viveu num período primitivo
Como seremos atrasados
Perdidos no século
21
É o resta quando se vai
É o que se leva

A lápide vai virar uma transcrição
De um povo distante
Uma língua extinta

Talvez com sorte
Se lembrem da minha voz

Dizer algo
Pode salvar a minha morte do esquecimento
Mesmo no suspiro final...

O último pedido
Ainda é meu

25 de abril de 2011

Desesperar


A luz está apagada
E todos nós aqui
Sentados esperando que algo aconteça
Quem está aqui?
Ouço a sua respiração
Mas fale algo
Para que eu possa saber onde você está
Eu quero ouvir a sua voz
Nem que seja um sussurro

Eu estou te gritando
Implorando
Eu quero ouvir você
É quando eu mais preciso
Diga que você está aqui
Eu não quero estar sozinho nessa escuridão

Chame o meu nome
Esteja ao meu lado
Para encontrarmos a luz
Eu não consigo ver nada
Mas se você estiver comigo
Talvez cheguemos a algum lugar
Não precisa ser depois do arco Iris
Eu apenas preciso da luz

Diga que eu não sou o único que está na escuridão
Por favor, me diga que eu não sou o único
Estar sozinho nessas horas
Me faz mal

Eu estou te gritando
Por favor, esteja aqui