Abre Aspas


"
O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente." (Fernando Pessoa)

20 de setembro de 2010

Falar

Solte o que está preso
É o que sua vivência
Mostrou como certo

Eu respeito

Pode citar
E parafrasear
Aqueles que expressaram melhor
O que você pensa

Errado é esconder
A hipocrisia está
Em deixar de lutar pelo que acredita

Ensinar

Mostre como se faz
Acho que salguei demais

Prefere menos azedo?
Diga onde coloco o tempero
É essencial
Para manter o sabor

Não quero errar de novo

Indique a forma certa
Caso não seja igual a que tenho
Farei o mais parecido possível

Perder o ponto
Queima o que há dentro

Constranger

Onde foi parar o senso?
É ruim para mim
Péssimo para você

A platéia vai começar a vaiar
O show é um fracasso

Junte suas coisas
Vá para casa
Ficar insistindo
Não leva a lugar nenhum

Talvez
Até vire uma piada

Se ouvir sons
Fique calmo
A loucura passou longe
São apenas os risos

Dúvida

Esse olhar
Há algo nele
Meio perdido

As atitudes são seguras
O que abala um forte?
A guerra acabou
O fogo cessou

Me conta
Que mal te aflige

Talvez seja uma impressão errada
O pressentimento
Falha às vezes

Se aproxime
Confie
E transpareça
Ficar assim é cruel

Consome meu tempo
Meus pensamentos

Me sinto preso
A capacidade da minha imaginação
Preciso de fatos
A criatividade acabou
Só me resta recorrer a certeza