Abre Aspas


"
O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente." (Fernando Pessoa)

27 de maio de 2010

Vestir


Como dizer oi
Depois de falar tanto
Que ele fez mal
Ficou infernizando

Vai dizer que sabe diferenciar
O verdadeiro é do falso
O que a casca é da laranja
Grudados
Conhecendo a fundo
Descobre

De fora
Ambos são um

Um entrelaçado
Real e virtual
O que se vê é real?

O apedrejamento de verdades
Joga no lixo a sociedade
Precisa-se de mascaras
Para encarar os outros
E não deixar a tona
As nossas verdades
Escondidas por debaixo

Debaixo...

Consumir

Como você pode se sentir
Tão encantado
Por uma coisa tão simples?
Parece inerente à vontade
De ter algo superior

Querer algo maior
Inalcançável
Quando ela entra em seu corpo
E faz você se sentir
Como se estivesse em outro mundo
Encharcado de uma força
Que nem nos piores momentos
Você consegue alcançar

Entra sem pedir licença
E vai te levando
Para o nirvana platônico

Orgasmos múltiplos
De uma burguesia que vive
Da satisfação de desejos

Que seja assim!