Abre Aspas


"
O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente." (Fernando Pessoa)

24 de maio de 2011

Ligação


Nós sabemos de onde viemos
Vai continuar fingindo?
Vire a cara quantas vezes quiser
Somos a mesma moeda
Nada muda isso

Não gosta do que eu faço?
Nem eu aprovo você
Temos uma conexão

Nossas vidas estão intercaladas
Seladas
Até o fim

Nossas ações
Reagem
Respingam
E machucam

Aprenda a lidar comigo
Estamos acorrentados
Andando para lados diferentes
Ninguém vence

Perdemos muito tempo
Vamos concordar em discordar
Apenas respeitar

Esperar

Ainda há uma chance
Que aconteça
Que cresça
E faça escola

Pode ser diferente
Mesmo que as opções não sejam as melhores
Falta somente encontrar
O caminho certo
O erro que impede

O calcanhar pode ser consertado
A partir dele se criar um novo corpo
Uma nova forma
De ver

Talvez só falte a pessoa certa
O momento

A síntese absoluta
Que irá chegar
Com o beijo dado
Na outra face

15 de maio de 2011

Brilhar


Estávamos à beira do sucesso
Íamos conseguir tudo
Juntos
Somos invencíveis

Não vemos pedras
E sim degraus

Subimos
Subimos
E quando cheguei perto do sol
Caí

Você perdeu o trem
Agora serei o meu melhor
Teve a sua oportunidade de estar

Estou agora começando de novo
Foi apenas um momento
Agora eu quero a lua
Glória
Refletirei essa luz

E o mundo será um lugar
Onde a minha marca fará
Diferença
Diferente

Covardia


Está pesando?
Culpa sua
Ficou com medo de chegar onde devia
Agora carregue com você
A vergonha
O peso

Carregue
E sinta o cheiro
Da derrota
De nem sequer tentar
Ficou parado
Esperou que passasse
Mas

Agora é um problema seu
Se vire
E limpe as marcas que ficaram

Quer ajuda?
Chame a mamãe
Talvez ela esteja interessada
Porque eu...
Não quero ficar aqui

Fede

Superar


Serei melhor do que era
Juro
E cumpro o prometido
Quero acordar amanhã com um novo frescor

Parar de reclamar dos problemas
E realmente terminar o que comecei
Será que assim se chega a algum lugar?

Quando se faz
Se move
E o limite não se alcança

O céu
É apenas uma infinitude de espaço

Pro espaço
Tudo o que me atrapalha

Amanhã eu sou outro eu

7 de maio de 2011

Aliviar


Quando se fala pra fora
Expõe tudo que estava guardado
E sopra
Em brisa suave
Doce

Escute
Isso que eu quero dizer
Sinta como eu me senti
Ou ao menos tente

Eu vou soltar esse piano
Transformá-lo em uma gaita
E entregar a você
Para que faça música com ele
E me encante
Inebrie
E eu esqueça porque...
O quê?