Abre Aspas


"
O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente." (Fernando Pessoa)

26 de julho de 2010

Raiz

Parece que
Algo impede de mudar

Tem um limite
O costume
Conheceu a acomodação
Estagnou

Fez parar de pensar
As raízes
Quando não desgrudam do chão
Se aprofundam ainda mais
E mais...

Enrolar


Como que você tá? Eu tô bem. Ontem eu fui no médico e perguntei para ele da dor que eu sentia e depois eu fui ao centro para comprar roupas. Eu cansei de tanto andar. E você não sabe, mas a tia da minha mãe teve um infarto e teve que ficar na UTI por 5 dias. Essa semana meu marido me disse pra fazer uma carne assada. Eu fiz, misturei cenoura, tomate e ainda coloquei bacon. O meu filho saiu da faculdade e agora não sabe o que faz da vida. Ouviu também aquela música que tocou na festa? Ela é de um cantor que bateu na mulher dele. Deixa eu ir que minha roupa tá na máquina.

Arrepender


Até hoje não entendo
Como eu fui capaz de fazer
Nunca foi surpresa pra mim
Sempre soube que não teria nada
Era vazio, oco

Mesmo assim
Fui
Não durou os 15 minutos...

Não bastasse o fim
A volta foi pior
O espetáculo teve público

Desnecessário
Os caminhos já estavam
Indo para outras direções