Abre Aspas


"
O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente." (Fernando Pessoa)

22 de julho de 2010

Contrato


Mesmo que você
Se drogue, mate
More no inferno
E vire o capeta

Juro estar do seu lado
Te ajudando
E guiando seus passos

Em troca de me fazer rir
Sentir seguro nas noites escuras
E fazer companhia nos domingos a tarde

Daime

Como é?
Me disseram
Que tudo fica diferente
Depois que experimenta

Parece que ele
Faz mudar as cores
Sentir os pés fora do chão
E amolece até mesmo as pedras

Dizem que é impossível ser derrotado
Mas que às vezes encontra
Grandes obstáculos

O seu tamanho
Varia
De pessoa a pessoa
Alguns falam que é grande
Outros nem viram

Será que existe?

Existir


Olhe para o papel
Tão branco
Ainda novo

Parece que
Não está completo

Ele precisa de algo
Para dar sentido
Ser usado
Amassado
Rasgado
Pintado

Escreva
Diga o que não consegue falar
Ou cole ele
Em algum lugar em que possa ser visto

Faça!

Foi

Uni dune tê
Escolho o pique pega
Pela mata atrás da rua

Logo depois do campinho
Onde o dente rolava
E a terra entranhava

Ia para a casa
Até que a mangueira chegasse
Lavasse
E levasse para o tobogã

Onde o He-man desce
Para salvar o castelo de Greyscow
E derrotar o Esqueleto
Que já está cansado de balançar
Ao som de Alibabá
Passando por debaixo da cordinha

E descobrir que não haviam bananeiras
Mas a Aurora passava por ali...

Demora


Quanto tempo leva
Para ir...

Aqui não vai dar certo

Apodreceu

Aprender


Como pode
Parecia que não faltava nada
Já se foi tudo
Mas parece que não acaba

Vem um atrás do outro
Te cobram
Fazem você jogar fora o antigo
Escrever novas falas

Anda, joga essa receita fora!

A casca agora
Você usa triturada
Ela também tem nutrientes