Abre Aspas


"
O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente." (Fernando Pessoa)

28 de junho de 2010

Patriotismo

Sentimento que surge
Quando um pedaço de terra
Passa a ser mais importante
Que as pessoas

Lar


Sentir vontade
De ir para o lugar seguro
Onde ficar em silêncio
Não é incomodo
E a harmonia
Ronda o ambiente
Com o simples fato
Do estar

Não se perder no caminho
E na chegada levar um tapa de boas vindas
Quando a vista não alcança
O coração sempre lembra

23 de junho de 2010

Saudade


Lidar com o que não está
A falta do que um dia te fez bem
E deu sentido
A algum momento

O caminho tem suas pedras
Mostra que não podemos ficar
Com tudo que queremos

A mente nos lembra
Que a vontade
Não se pauta no real

17 de junho de 2010

Ansiedade

Não aguento mais esperar
Parece que é daqui a um mês
Pode mudar tudo

Fazer uma revolução
O acontecimento do ano

A eternidade não passa
E cada respiração
Dura minutos

Impacto da queda
Do grão de areia
Poderia causar um terremoto na China
Um empurrão
Que fizesse andar
Como se estivesse na Lua

E quanto mais chega perto
Mais distante parece
Sensação de assistir
A guerra dos cem anos
Em câmera lenta

Até que...
Passou!

15 de junho de 2010

Toranja


Simetricamente equilibrado
Pelo olhar se despreza
O mistério inebria
Leva a um mundo paralelo
De encontros inesperados
Proibido

Descobrir os dois lados
De uma mesma moeda
Ir mais fundo
E ver que nem sempre
O que aparenta é
Ser esquisito
Uma mistura que deu certo

Escolher


Bifurcação
À direita
Só se vê espinhos
Por trás deles
Onde a vista não alcança
Um castelo
Em meio a um jardim florido

Fartura
Felicidade

Seguiu pela esquerda...

Esquizofrenia


Acreditar em algo que nunca se viu
Fora do normal

Ter sensações
Que transcendem a razão
Loucura?

14 de junho de 2010

Desencontros

Ela andou com pressa
Tinha que ir ao trabalho
Resolver os últimos detalhes

Ele ficou em casa lendo Nietzsche
Divagando sobre o existir
Sentir e ser

“Que vestido bonito!”
Ela pensou e agiu
Levou-o logo para a casa
E já decidiu sair a noite com ele

Foi almoçar com os amigos
Cantou a garçonete
E conseguiu o seu telefone
A noite estava garantida pra ele

Saiu do escritório e foi logo para a casa
Fez as unhas, arrumou o cabelo
Chamou as amigas e saiu

“Duas caipirinhas por favor!”
Ele chamou a garçonete para dançar
Depois da quinta música
Sentiu sede
Enquanto pedia água
Ele a viu
Bonito sorriso
Olhos marcantes

Ela olhou para ele
Sentiu algo diferente

Ele voltou para a pista
E nunca mais se viram...

Remoto


Passeando pela praça
Vi um marido brigando
Com sua mulher
Discutindo por muito tempo

Motivo com certeza havia
Desavenças não surgem do nada
Possivelmente era culpa do controle remoto

A senhora da rua ao lado
Que sempre passa por aqui
E reclama de dores desconhecidas
Sofre de controle remoto!

Por isso também
Deve ter fugido de casa
O menino, na noite passada
É sempre controle remoto

12 de junho de 2010

Uma


Me disseram que isso acontece
Uma vez na vida
Será?

Como é saber
Que isso nunca vou ter isso outra vez?
Tremer as pernas
 Ficar ansioso...

Já tive várias vidas nessa vida
Os amores,
Também serão vários

Cada um de um jeito
Com uma intensidade
Mas todos serão amores